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Mostrando postagens de maio, 2012

O QUE INTERESSA EM DÉCIO PIGNATARI

(poema visual de décio pigantari) “Desconfio que sem uma pitada de comicidade/não se pode escrever hoje versos verdadeiramente sérios”. Sirvo-me desse dístico extraído de um poema de W. H. Auden (em tradução de José Paulo Paes) para começar a pensar a respeito de alguns tópicos da poesia de Décio Pignatari. Confesso que o teor de minha abordagem será um tanto aleatório e subjetivo; não farei, portanto, as vezes do analista margeado pela opção da linearidade histórica, nem do sabido crítico cujo apetite exaustivo exige a totalidade da obra para satisfazer sua capacidade de bucho ruminante. Reservo a minha paciência apenas para dois aspectos bem conhecidos do fazer pícaro-criativo de Décio Pignatari, a saber, sua irreverência de linhagem notoriamente oswaldiana (Décio mantém uma relação mediúnica com o antropófago do modernismo) e sua condição de pornógrafo lírico, românico e romântico. Desta maneira, com a remissão aos versos de Auden, não pretendo, por outro lado, rep

sibila não alisa

http://www.sibila.com.br/index.php/menu-de-autores Relativamente à circunstância cultural, onde o que importa é esse estado indiferenciado de tolerância benfazeja (em que cada um cuida de tirar o "seu" da reta), Sibila até pode parecer rabugenta, pois busca se situar numa posição de intolerância responsável; um limite incomodamente disciplinador e, naturalmente, parcial. O engraçado – se isso não fosse também desagradável – é que os representantes dessa sala de estar “do bem”, partícipes do aquecido meio artístico, ao menor sinal de réplica forte, porém civil, deixam aflorar o monstro reativo do orgulho ferido e, assim, entram no debate, mas de forma infantil, isto é, entram de costas, a contragosto, fazendo beiço; xingam a mãe do crítico e ameaçam sair da sala para, inutilmente, mostrar que existem.  Outra coisa que me deixa intrigado. Sibila se refere a uma grande área de formas de arte e pensamento, mas o website, caros contendores, não comporta o mundo t

era uma vez o mundo do cronista jaime medeiros jr

Observe o cauteloso pervagar do poeta, e, agora, cronista (note o sentido mais alto e o sentido mais chão), Jaime Medeiros Jr, pelos sendeiros que se bifurcam, não só de seus vastos assuntos – pré-socráticos, arcanos do tarô, Nelson Cavaquinho, um deus de muitos e de nenhum nome, poesia, música, amor –, mas, sim, de suas cogitações vertidas nessa música prosística, toda, ou quase toda, de outro tempo; melhor: de outros tempos, mas não necessariamente a retro, nem de volta a um insondável ponto original. Tempos que são mundos interiores franqueados a nossa visitação emotiva e intelectual. E que às vezes nos deixam de fora dos seus limites; essa estranha hospitalidade também sabe nos fazer estrangeiros de sua língua saudosa de añelos , elos etimológicos, vocábulos pródigos resgatados ao Google. Observe os largos tempos, a duração da beleza estremecendo os pequenos desencontros do prosaico, a humilde revolução de um dia passado a limpo junto aos livros, na sala de cinema, no c